Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sexta-feira, 7 de julho de 2017

10×10 Lisboa: mercado local = grandes profissões



Na minha terceira experiência como instrutor do curso 10 Years x 10 Classes dos Urban Sketchers em Lisboa, fomos ao mercado de Campo de Ourique, um edifício pequeno e aconchegado que foi algo de uma renovação, há alguns anos, e é agora um destino elegante para beber e comer na cidade.



O trânsito estava anormalmente caótico e acabei por chegar tarde ao local. Assim, o primeiro exercício passou a trabalho de casa. Na primeira parte do desafio, deveriamos desenhar, de pé, uma multidão em 15 minutos, pendurando pessoas pela cabeça de uma corda imaginária que chamariamos de horizonte. Esta técnica garante que a cena resulta coerente e que todas as pessoas desenhadas encaixam naturalmente. Na segunda parte do exercício, deveriamos proceder da mesma forma, mas sentados ou de cócoras. Desta forma, as pessoas estariam penduradas da corda pela cintura, para garantir os mesmos resultados do desafio anterior.



Com a falta de tempo, saltámos directamente para o segundo exercício, que pôs todos em contacto com uma única profissão. Os participantes tiveram de escolher uma das muitas profissões no local – um comerciante, um segurança, um carregador – e, numa dupla página, desenhar separadamente a cabeça do profissional, a sua cabeça, as suas mãos, o produto/serviço, as mãos da/o receptor/cliente e a sua cabeça. Este formato faria com que toda a energia dos desenhadores ficasse focada nos elementos principais de uma transacção. A cabeça-expressão, as mãos-acção e o produto/serviço prestado como o elemento que junta as pessoas.



Para além das tradicionais peixarias e frutarias que, normalmente se encontram num mercado local, uma das grandes atracções é a área de comida e bebida. Foi o palco do terceiro exercício – os participantes tiveram de seguir uma refeição desde a sua origem até à arrumaçaõ da louça, com enfoque nas pessoas que a cozinham, a temperam, a servem, a compram, a comem e, claro, as que vêm arrumar tudo no final. A colocação na dupla página não era importante, desde que se conseguisse seguir o caminho da comida através dos seus intervenientes. Deste desafio resultaram algumas composições muito interessantes, já que, partir uma história em vários actos ou momentos permite a simplificação da técnica de representação e provoca inovação na composição.

8 comentários:

Celeste Vaz Ferreira disse...

Obrigada Pedro pelos exercícios motivadores, apoio e incentivo!

USkP Convidado disse...

Parabéns, mais uma vez, Pedro!

Fefa

Teresa Ruivo disse...

Puxa! Que deenhos! Foi óptimo! Obrigada Pedro!

Bruno Vieira disse...

Pelos desenhos foi um sucesso. Parabéns!

Filipe Pinto disse...

Obrigado Pedro. Como sempre uma aula muito bem preparada.

nelson paciencia disse...

Que brilhante preparação. Só pode ter sido um sucesso.

Pedro Loureiro disse...

Obrigado a todos, e especialmente aos que estiveram presentes neste dia caótico :)

Marcelo de Deus disse...

Serviço público !