Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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terça-feira, 20 de junho de 2017

10×10 Lisboa: Arranha-céus


Na minha segundo experiência como instrutor do curso 10 Years x 10 Classes dos Urban Sketchers em Lisboa, o desafio era de desenhar longe e abaixo a partir de um arranha-céus. Mas edifícios altos convencionais são raros na capital, e não são locais adequados de onde se desenhar, portanto optei por orientar os participantes a partir de um dos arranha-céus invulgares de Lisboa - o miradouro da Nossa Senhora do Monte.



Em todos os exercícios, a chave era a simplificação do imenso mar de detalhe que o miradouro nos oferecia. Primeiro, simplificámos horizontalmente, traduzindo todo o skyline da cidade numa única linha contínua, acrescentando detalhe em apenas alguns edifícios que captavam a nossa atenção, e legendámo-los.



Depois, simplificáos verticalmente, encontrando um trilho entre o telhado mais próximo dos nossos pés e um destino à escolha sobre o skyline, desenhando sobre telhados, janelas, fachadas e ruas no caminho. Qualquer coisa que fizesse o nosso desenho progredir para cima. No caminho, encontrámos um marco da cidade e, explorando-o um pouco, escrevemos uma frase ou um pequeno parágrafo sobre ele.



Finalmente, simplificámos a relação das pessoas com a cidade. Os dizeres dos turistas no miradouro simplificam Lisboa exageradamente - "ali está o sítio onde estavamos", "a ponte parece a de São Francisco", "é ali que é o nosso hotel!. Qualquer destas frases simples pode gerar uma história simples. Essa história teve de ser escrita também em linhas, partindo do desenho da pessoa que a diz até ao sítio que é mencionado, novamente, de telhado a fachada, de janela a rua, ao longo de um caminho contínuo, simplificando formas e histórias.

3 comentários:

Isa Silva disse...

O exercicio é mt mt interessante. Acho que vou começar a praticá-lo :-) A nível de resultado visual é lindo.

Bruno Vieira disse...

Estás um mestre instrutor

Ana Crispim disse...

Obrigada, Pedro. É bom saber qual foi a proposta. MUITO interessante!!