Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

sábado, 27 de maio de 2017

O Transe do Mimo

Começo pelo início da estória:
O João Catarino hoje dava um workshop gratuito, nas escadinhas de São Francisco que ligam a Rua Ivens à Rua Nova do Almada. Um workshop gratuito do João Catarino, vejam bem, nem parecia de verdade. Existe malta que vai pagar um dinheirão, fora estadia e viagem, só para o ver em Chicago, tenho a certeza que os bilhetes já devem estar esgotados, ao bom estilo das estrelas pop. 
Cheguei atrasado, e não ouvi o enunciado. Disseram-me que o exercício era desenhar directamente com um pincel, utilizando 3 tons diferentes para cada camada do desenho. Um workshop ao estilo do Catarino, entenda-se, e ao qual, por razões idiossincráticas, não me sujeitei.  
Decidi desenhar as pessoas que desenhavam, e o "sofrimento" que lhes estava a ser infligido. Fazia pena. Por razões de direitos de imagem, e porque não quero que me venham depois meter processos a exigir dinheiro, não os publico aqui...
Mesmo no finalzinho do workshop, e quando estávamos a tirar a foto costumeira, uma banda de improviso começou a tocar, mesmo ali, onde há pouco estávamos sentados a desenhar. Tinha um estilo das fanfarras do Emir Kusturika, de que gosto tanto, e muitos de nós não resistiram. Voltámos a sentar-nos dos degraus, eu de copo de cerveja na mão, para nova sessão gratuita nas escadinhas de São Francisco. Eram quatro no total, mas apenas apanhei dois, o contra-baixo e a guitarra eléctrica ficaram de fora, que não couberam na folha. 
Perguntei ao Thomas qual o nome da banda, disse-me que tinham vários, um deles era "o transe do mimo". Achei o nome meio estranho, e sem relação com o som que dali saía. Mas a música tinha pinta e os gajos eram muito desenháveis, valeu mesmo a pena - tal como o workshop do João.
Saí dali animado, à conversa com a Teresa Ruivo, a Mónia e a Patrícia, absolutamente convencido que Lisboa é mesmo uma cidade maravilhosa!





5 comentários:

Pedro disse...

Maravilhosas são as histórias que tu contas.

Teresa Ruivo disse...

Lisboa é maravilhosa e essas as escadinhas hoje estavam particularmente divertidas. Belo desenho Nelson, apanhaste-os mesmo bem! Quanto ao resto...não vale gozar com as misérias dos outros:)))

USkP Convidado disse...

É que tarde fantástica que foi! O exercício tirou-me da minha zona de conforto. Sofri sem dúvida, juntando a minha dor aos demais, mas adorei! Até porque tive o previlégio de finalmente conhecer os autores de tantos desenhos que tanto aprecio!

João Carvalho

cláudia mestre disse...

Gosto tanto dos textos que acompanham os teus desenhos! E tão fantástico que está este desenho! Gosto muito!

DiasVanda disse...

opá .... free ??? e eu perdi ... achei que era bom de mais para ser verdade eheheheh a ver se abro bem ozoooolhhhesss. Great post,Mr. Paciência!