Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Tomar, dia III

No domingo, decidimos visitar Dornes


Dornes fica implantada numa península banhada pelo rio Zêzere. Ao chegarmos, o elemento que se destaca ao longe, é a célebre "Torre de Dornes" (desenho à direita), uma estrutura de base pentagonal erigida pelos templários para controlarem todo o rio Zêzere. Gualdim Pais, templário e fundador de Tomar, foi o responsável pela sua construção desta torre. A pedra à vista confere-lhe um tom acastanhado, que se destaca no meio do casario pintado de branco, incluindo a própria igreja que a ladeia.

Para chegarmos à torre, temos de passar pelas ruas estreitas, sempre com uma relação visual com o rio. À entrada um posto de turismo, que estava fechado. Os edifícios antigos encontram-se na sua maioria devolutos e alguns em estado de ruína. Rapidamente começamos a ouvir os cânticos religiosos. São 12h, domingo de páscoa, estão todos na missa, menos nós.

Ao subirmos até à igreja, o som dos cânticos tornam-se mais audíveis e percetíveis. No largo da igreja, crianças brincam, sob o olhar atento dos pais através de uma porta lateral da igreja.
No topo, para além da torre e da igreja, temos o cemitério com vista privilegiada sob o rio, e que vista.
Antes de regressarmos... o desenho...



Os desenhos saíram da mesma forma, espontânea e com a mão esquerda.

Um aspecto que não tenho explicado (e que me têm perguntado), tem a ver com a introdução da cor e da forma como tenho feito nestes últimos desenhos. A resposta é simples. O desenho com a mão esquerda não é um capricho, é uma necessidade e é a 1ª vez que estou a fazê-lo. A insegurança é muita e a falta de coordenação ainda maior. Mesmo quando começamos a ganhar confiança e coordenação, o tremor da mão é diferente, alterando por completo a personalidade do traço. Essa diferença assusta mais quando temos preto sob branco. O contraste acentua essa diferença e torna os "defeitos" mais evidentes. A mixórdia de cores é feita antes do traço, criando uma superfície diferente, dando-me mais confiança quando faço a linha de seguida. Eu sei que pode ser disparatado e sem sentido, mas é o que é, ficando aqui a partilha. 

6 comentários:

Filipe Duarte Almeida disse...

A composição está muito boa. O traço pode não sair como tu esperas, mas eu adoro esta incerteza e variação da linha.

Lurdes Morais disse...

Gosto IMENSO destes teus desenhos forçosamente "soltos", tanto no traço como na mancha de cor!

Suzana disse...

Mas faz sentido e gosto deste resultado, quando damos a cor primeiro, o resultado fica mais solto, temos logo a perceção de que não precisamos de ser tão rigorosos.

nelson paciencia disse...

Também gosto do resultado!

Bruno Vieira disse...

Mão esquerda? Acho que até ficaram muito certinhos, sendo a história a cereja no topo.

Rosário disse...

Gosto muito!