Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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quarta-feira, 5 de abril de 2017

O circo

Quando era pequeno gostava muito de circo. Gostava em particular quando era a minha avó a levar-me. Depois cresci, comecei a ter outra interpretação do circo. Via também a vida difícil dos artistas de circo. Os animais deixaram de ter piada. E durante muitos anos deixei de ir ao circo. Mas este fim de semana instalaram um circo praticamente em frente da minha casa. A minha filha mais nova (5 anos) puxou-me por um braço, levou-me até à janela e fez-me um ultimato: "Estás a ver aquilo ali. É um circo. Eu nunca fui ao circo. Eu quero ir". Depois de um sábado fantástico a desenhar em Lisboa, achei que era justo. Domingo à tarde fomos todos ao circo. O circo era muito pequeno. Tinha doze artistas e dois cães. Nada mais. Dentro da tenda havia apenas um conjunto de bancadas onde deveriam caber umas 50 pessoas. O circo estava  meio cheio. Foi um espectáculo estranho onde o senhor que nos vendeu os bilhetes era o faquir. A senhora do algodão doce era equilibrista, a contorcionista vendia pipocas. Todos tinham vários papeis. Lembrei-me dos filmes do Emir Kusturica. O importante é que naquela espécie de circo de saltimbancos todos se divertiram, em particular a Júlia. Não havia animais excepto dois cães que saltaram para cá e para lá numa corrida de obstáculos. No fim perguntei-lhe o que tinha gostado mais. è claro que ela respondeu: "Os palhaços".

2 comentários:

Pedro disse...

O Emir Kusturica e o Federico Felini e o Jacques Tati. Não penso no circo sem me lembrar deles. E a página de DG ficou fantástica.

Teresa Ruivo disse...

Belo post António! O desenho ficou incrível.