Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sábado, 15 de abril de 2017

Restaurante Estrela da Sé

No dia 13 eu e a Inês fomos até Lisboa descobrir as lojas tradicionais. Como estacionámos perto do Largo de Santo António fomos até ao Restaurante Estrela da Sé, que se situa nesse largo. Por fora não se consegue ter a ideia da riqueza do lugar. Quando entramos recuamos no tempo. É um restaurante intimista com uma sala de entrada, uma sala de jantar mais reservada e ainda compartimentos privados para pequenos grupos. Mas o melhor do restaurante são os seu donos, Alexandre e Dolores são pessoas cultas, interessadas e de uma simpatia sem limites. Para além de nos terem colocado à vontade para desenhar, foram espreitando os desenhos, fazendo comentários positivos sobre os mesmos. O meu desenho foi muito demorado. Deu para ir conversando com Alexandre sobre as mais variadas coisas: desenho, gravura, livros, o lugar. Achei particularmente interessante um hobby que teve. Tratava-se de fazer desenhos nos depósitos de combustível das motas. Eram também desenhos demorados onde se riscava na chapa tal como na gravura. No fim ainda tive tempo de ver um dos compartimentos transformados numa mini biblioteca. Segundo Alexandre os livros só vivem se forem lidos. Por isso começou a fazer trocas de livros com os seus clientes. O cliente leva um livro e recolhe um que lhe agrade. Mas o melhor mesmo será vocês visitarem o lugar. Nós vamos voltar de certeza mas da próxima para comer também. E talvez leve um livro para poder trocar.
Cada vez gosto mais desta vertente humana do desenho. A oportunidade que o desenho me dá de conhecer pessoas é fenomenal.

3 comentários:

Manuela Rosa disse...

De facto, graças ao desenho, temos diálogos inesperados e conhecemos pessoas especiais, com imensas histórias para contar.
Bonito desenho!

Ana Crispim disse...

Fiquei com vontade de ir lá.

Manuel Tavares disse...

Partilho da tua experiência. Este desafio das lojas tem-me permitido conhecer um lado de Lisboa desconhecido, um lado humano de Lisboa, viver a cidade pelas histórias e experiências do traditional, do antigo. Tem sido algo que tenho descoberto este desafio quando entramos nas lojas e nos apresentamos. E tenho pena de não conseguir transpor para os desenhos estas experiências na sua totalidade. Quanto ao teu desenho, adoro a perspectiva. Abraço.