Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sexta-feira, 31 de março de 2017

Lições de Portimão

Ao ensinar numa oficina de desenho, acabo sempre por aprender algo no processo. Ou faço uma revisão dos meus processos de trabalho e experiências, recolhendo alguma sabedoria imprevista, ou relembro práticas e técnicas que já não uso há muito.



Na oficina que ensinei com o Pedro Alves no passado fim-de-semana em Portimão, os desenhos que fiz no domingo foram fortemente influenciados pelos desafios que lançámos aos alunos no sábado. Os Urban Sketchers Algarve e o Município de Portimão convidaram-nos para uma oficina de desenho de dia inteiro, e decidimos ensaiar um programa que já tinhamos preparado previamente. Chama-se "Narrativas da arquitectura e das pessoas que a vivem", uma oficina de dois capítulos que desafiou os participantes a 1) contar a história desenhada de uma peça de arquitectura em particular no centro da cidade, e 2) contar a história da relação dessa peça de arquitectura com as pessoas que a usufruem. Estes desafios tinham de ser cumpridos usando técnicas visuais simples, como planos assimétricos, perspectiva de dois pontos de fuga e contrastes entre planos.

Enquadramento da história para maior enfoque
Primeiro plano e plano de fundo a destacar a história no plano médio
Mantendo a linha de horizonte ao nível dos olhos, ou do rabo 

A personagem central no primeiro plano, pessoas e arquitectura no plano de fundo
Uma professora local decidiu inscrever a sua turma de alunos de arte de 15 anos, e provou ser um desafio e pêras para o Pedro e para mim! Queremos acreditar que foi uma experiência recompensadora tanto para nós como para os participantes. O Pedro conduziu o primeiro capítulo, focado na arquitectura, e eu conduzi o segundo, focado nas pessoas a relacionarem-se com a arquitectura.



No domingo, os Urban Sketchers Algarve juntaram-se para desenhar Portimão debaixo de um céu nublado e chuvoso. Juntei-me a alguns dos alunos, abrigados pela grande caixa de vidro em frente à Câmara Municipal. Com a companhia deles como recordação dos exercícios do dia anterior, os meus desenhos tornaram-se mais rápidos e soltos, com o enfoque e direcção que se pretendia.



A patuscada com todos ao almoço na Porta Velha fechou o encontro de desenho.

4 comentários:

Marcelo de Deus disse...


tenho um amigo que costuma dizer "...gosto mais de muito e bom do que pouco e fraco!
...da-se! ...que isto é muito e bom! :-)

Rita Catita disse...

Posso tirar fotocópias dos apontamentos?

Pedro Loureiro disse...

Marcelo: Obrigado :)
Rita: Vai haver sebentas à venda na reprografia em breve.

Pedro Alves disse...

Impec! Tanto os desenhos como o workshop que penso que correu muito bem! Acho que temos futuro nisto, modéstia à parte.