A casa amarela ficava na Rua do Seminário em Mafra. Tinha lido num dos jornais da vila que a casa, propriedade da Câmara, ia ser demolida. A casa chamava muito à atenção porque estava isolada no meio de outros edifícios que quase a engoliam. No dia em que passei por lá vi o aparato dos trabalhadores. Deviam ser umas noves horas. Não tinha muito tempo porque precisava de seguir viagem para lisboa, mas pensei que era uma oportunidade única. Parei o carro e desenhei o mais depressa que pude a casa e os trabalhadores. Nessa altura estavam a tirar as portas, as janelas e as telhas. Não parecia uma demolição mas uma desconstrução. Quando passei ao fim do dia a casa tinha desaparecido. Os desenhos guardam a memória de um lugar. E neste caso o lugar mudou para sempre ficando apenas o registo gráfico.
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Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.
John Ruskin, intelectual inglês do século XIX
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Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio
5 comentários:
bom registo, no caderno fica para sempre ;)
O desenho como informação preciosa que vence os tempos. Belo trabalho.
Bom registo!
Boa António! Para o arquivo da memória.
Que óptimo post!
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