Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

"Perdi-me dentro de mim, porque eu era o labirinto"...

"Porque será que me cruzo constantemente com pessoas perdidas, insólitas, extravagantes? Porque fico hipnotizada por atitutes singulares,  estranhas e surreais? Porque me emociona a loucura, a estravagância, a bizarria? ... " 
É tudo isto  que penso enquanto, na rua, desenho este rapaz tão novo, tão bonito e bem vestido, que tem a vida embrulhada dentro dum saco de plástico, que fica parado no tempo com dois espelhos, um na frente outro por cima dos ombros, a observar fixamente a sua nuca,  que se imobiliza por largos minutos com o corpo em desiquilíbrio enquanto limpa meticulosamente a cabeça da máquina de barbear com que provavelmente terá rapado o cabelo, que levanta os braços ao céu e estáticamente estende uma camisa ao sol, qual  estendal humano...
E lembro-me de Mário  deSá Carneiro.

15 comentários:

hfm disse...

"Eu não sou eu nem sou outro/ sou qualquer coisa de intermédio/pilar da ponte do tédio/que vai de mim para o outro". Citando de cor enquanto vejo e revejo este desenho com uma enorme história dentro de si. Belíssimo.

Marilisa Mesquita disse...

nem tenho palavras, de tão profundo que este post é...

nelson paciencia disse...

Isto é muito mais que um desenho.

Ana disse...

Lindo!

cláudia mestre disse...

Como gosto das tuas partilhas! Muito especial!

Rodrigo Briote disse...

Muito afinada essa "polaroid"

Eduardo Salavisa disse...

Belo post!

DiasVanda disse...

...somos pilares da ponte do tédio que vai de nós para os outros ? não somos? Vemos ... logo, somos ! E que bem que tu vês o pouco muito que de louco todos temos, Teresa. Que maravilha de páginas <3

Teresa disse...

Ainda não tinha olhado bem para o desenho, comecei a ler e pensei que devia ser teu o texto. Gosto muito !

André Duarte Baptista disse...

Há muito tempo que não via um post tão belo e profundo, ao alcance de poucos, só de pessoas com uma enorme sensibilidade, como tu. OBRigado pela partilha

André Duarte Baptista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rosário disse...

Também gosto!

Mário Linhares disse...

Realmente o teu olhar é muito especial, Teresa...
Bem bom, este post!

Manuela Rosa disse...

Um olhar especial de um ser especial, que indaga como ninguém sobre a existência humana. És demais!

Fernanda Lamelas disse...

Especial mesmo!!