Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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terça-feira, 15 de novembro de 2016

O que o turista deve ver ?

Estive no cimo do Parque Eduardo VII não mais do que 20 minutos, e foram inúmeras as vezes que aquele espaço se encheu de gente - que ali permaneceu não mais do que 3 minutos - para logo ficar  vazio, de novo encher, de novo vazar, encher, vazar, encher, vazar. Um rodopio. Um frenesim. Camionetes de velhotes ingleses. Camionetes de chineses. Videos, selfies, clic. Já está. E siga, para outro ponto da cidade. Rápido! É o turismo da pressa, do lufa-lufa, do cartão de memória cheio. E o prazer de deambular? De se perder nas cidades, de se encantar, de deixar que a sua essência se entranhe em nós, a pouco e pouco?  Pensei no livro  que guardo religiosamente ilustrado pelo Mário Linhares. Imaginei que, se  Pessoa aqui estivesse, poderia escrever outro. Não "O que o turista deve ver ", mas "O que o turista deve ser". Porque assim não  é de certeza!


8 comentários:

cláudia mestre disse...

Os desenhos estão fantásticos! Gostei muito da tua reflexão.

Teresa Ruivo disse...

Obrigada Claudia!

Rita Caré disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rita Caré disse...

Concordo muito, mas a maioria das pessoas parece querer coleccionar nomes sítios e não conhecê-los, nem senti-los, nem vivê-los...

hfm disse...

O texto é muito bom e uma reflexão muito "pessoana". Os desenhos, como de costume, gostei muito.

André Duarte Baptista disse...

bela simbiose texto-desenho. obrigado pela partilha. muito bom

nelson paciencia disse...

Tudo óptimo! Desenhos, texto e reflexão.

L.Frasco disse...

Fantástico, Teresa!
É isso que o tempo do desenho nos dá. Tempo para ver, tempo para pensar.