Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sábado, 30 de julho de 2016

Simpósio USk Manchester 2016_ Dia 1 (2ª parte)

Na parte da tarde do dia de quarta-feira, dia 28, fui ao workshop da Veronica Lawlor, cujo trabalho admiro imenso (AQUI), com o nome "Puzzling Out the Picture" que poderá corresponder a "desmontar a cena".
Num local verdadeiramente único, de uma complexidade muito particular pela confluência de várias pontes ferroviárias sobrepostas, canais fluviais e estradas, com diferenças de escala enormes, Veronica propunha técnicas de análise através de um processo de simplificação: imaginando uma moldura base, explicou esse enquadramento através de linhas e formas que entram e saiem de cena, esquecendo a perspectiva, quase reduzindo-a a 2 dimensões em planos sucessivos que se sobrepoêm. Assim, executámos vários "thumbnails" muito básicos que permitiram apreender mais fácilmente todos os elementos e as suas relações.


De seguida, Veronica mostrou-nos imagens de Frank Brangwyn, um artista do séc. XIX/XX (AQUI), como exemplo de trabalhos com diferenças imensas de escalas, profundidade de cena através dos jogos de luz, sempre identificando o "focal point" da cena. Pediu-nos então que selecionássemos uma das cenas por nós analizadas e a representássemos com as mesmas preocupações.


Entre desenhos, aproveitei um workshop mesmo ao lado da Shari Blaukopf (AQUI),  para inteirar-me de qual a sua proposta: representação da cena recorrendo a uma paleta de cores reduzida a apenas 3. Tive a oportunidade de ver a sua "demo", e a variedade de tons e texturas que conseguiu com essa pequena paleta. 


A seguir ao jantar, para atestar os níveis obrigatórios de cerveja em Manchester, parámos num pub e bebemos na sua esplanada sob uma ponte a última "half pint". E desenhámos o último desenho.


Último desenho, não. Porque do nada, tivémos a oportunidade de confirmar o poder do desenho para aproximar pessoas: um jovem casal local, vendo-nos desenhar, mete conversa e, desafiante, ele propõe ao Javier de Blas que empreste o seu caderno para o desenhar. E assim o fez, rapidamente e num traço muito peculiar. E, claro, eu aproveitei também.


6 comentários:

Suzana disse...

Muito interessantes os workshops! A Shari tem uns desenhos com uma cor incrível :p

Maria Celeste disse...

...e com se fica informado com os belos desenhos e texto...

USkP Convidado disse...

Adoro estas reportagens tão bem escritas e ilustradas.
Celeste Vaz Ferreira

Filipe Pinto disse...

Foi muito enriquecedor o relato de tantas e de tão variadas atividades. Obrigado pelo teu contributo.

nelson paciencia disse...

Muito boa reportagem Luís!

Pedro Loureiro disse...

Ainda fico siderado a ver aquele desenho da ponte!