Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Táxi


“O meu primeiro tácss foi um Mercedes 180D mas não era meu era de um senhor que tinha muutes agora tenho três mas dois são dos mê filhes e ainda contratamos outro óme para fazer o horário da noute que os carros nunca parem”

Além disso o Sr Jerónimo conta, mesmo para quem as não quer ouvir, opiniões fortes e definitivas sobre toda a espécie de assuntos. Só interrompe o discurso para ouvir as notícias da Bola Branca com as quais, obviamente, não está de acordo.
Quando chegámos ao fim da corrida… tinha os ouvidos cansados.
A nossa história passa-se em Évora, onde um "bando de malucos" me convidou para uma corrida de karts. Este é o desenho da recta da meta e do edificio da apoio à corrida, onde estão as tão visitadas listas de posições e tempos de cada volta, classificações e coisas afins.
É evidente que ao somar despistes não se ganham corridas. Mas, no final, penso que ganhei o 10º lugar, uma forte dor nas costas, dos despistes e a tradicional dor de braços que, dar as curvas naqueles carros, pequenos mas traquinas, não é pêra doce.
Enfim, um fim de tarde e noite bem passados.

A Corrida dos Barcos Rabelos

No dia 24 de Junho festeja-se o dia de São João. No Porto é inclusivamente feriado municipal (...)

É também neste dia 24 de Junho que se juntam todas as casas produtoras de Vinho do Porto, e colocam na água os seus Barcos Rabelos, que recordam nestes dias as encostas do Douro que antigamente percorriam, transportando o vinho desde as encostas do Douro longínquo e profundo até às caves de Gaia.




Às quatro da tarde começou. Uma grande multidão se juntava nas margens do rio Douro, espalhadas pelo Cais de Gaia, onde os barcos estavam atracados, exibindo as suas madeiras luzidias, os cascos pintados e os lemes compridos. Aos poucos as tripulações foram entrando para os respectivos barcos, que foram puxados por pequenos barquinhos até à foz do Rio. Uma vez todos chegados à foz, não tão alinhados como gostariam dado o vento forte que fazia, soou um sinal que fez desfraldar as grandes velas, que rapidamente se insuflaram com o vento. Vento forte, tão forte, que muitos dos barcos se viram atrapalhados para não ir de encontro ao cais da Afurada, e aos barquinhos de pescadores que por lá descansavam. Afinal de contas, os barcos já não são novos, e as tripulações não tão experientes como antigamente...


Alguns barcos tomaram vantagem enquanto outros se viam atrapalhados com o rumo a seguir, mas passados poucos minutos já se via um enorme grupo de velas, de diferentes cores e feitios, a navegar rio acima exibindo com orgulho os símbolos dos seus Vinhos do Porto: Ferreirinha, com um casco ricamente pintado de cores vivas; Porto Calem, com uma vela de um azulão forte, marcando presença desde longe; Fonseca, o vencedor, sempre na linha da frente; Porto Offley, de vela vermelha e preta, marcando um imponente 2º lugar;  Porto Sandeman e o homem da capa negra; Porto Barros e tantos outros...


A meta foi cruzada pouco antes da Ponte D. Luis, com uma multidão de estrangeiros e nacionais a assistir nas Ribeiras do Porto e de Gaia. Os barcos atracaram no Cais de Gaia, onde um rancho folclórico do Minho esperava os tripulantes para festejar e aclamar os vencedores.


CHALLENGE XXXI - em Cabo-Verde

Na tasca do Ramiro (no violino) ouvia-se música durante todo o dia e noite. Os músicos revezavam-se. Bebia-se vinho e queijo da ilha. O Zé (no cavaquinho) é da família Montrond. Aristocrata exilado francês que deixou grande descendência naquela povoação. Para grande desconsolo do grupo não deixei este desenho, mas prometi (e cumpri) enviar fotocópias para todos quando regressasse. (excerto do livro "Diário de Viagem em Cabo-Verde". Ed. Quimera. No prelo. A sair em Outubro)

Cabo-Verde. Ilha do Fogo. Chã das Caldeiras

Alfama.

Finalmente tive coragem de atacar Alfama em força.... há anos que me dizia a mim mesmo que qulaquer dia ia fazer o que o Roque Gameiro fazia tardes sem fim... tentei e saiu.me isto...quilometros away do rigor e precisão sempre espectaculares de Roque Gameiro... enfim, há que procurar imitar nos passeios....

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Prrrrrraça de Setúbal

(aqui vai então, com parte do artigo...)

A vida na praça de Setúbal é muito cheia, muito rica. Setúbal está plantada na foz do rio Sado, e tem uma vida piscatória ainda muito intesa: acorda bem cedo com o chegar dos pescadores, o “amanhar” do peixe e a venda ao público na praça.

Por isso resolvi ir à praça ver o fervilhar de peixes, queijos e legumes secos e frescos, coloridos e sumarentos; o corropio de gente que acorre às bancadas em busca de uma boa posta de espadarte ou de enguias fesquinhas. Vemos vendedores ambulantes – “Ó Menina, olhe este quêjo tã bom” enquanto desdobra o pano que tapa os queijinhos de cabra que carrega no seu cesto.



Mas a alma da prrrraça está nos seus vendedores! Encontrei vários tipos de vendedores, uns novos e divertidos, outros mais adultos e não menos bem-dispostos, outras senhoras de mais idade que há muitos anos caminham para estas bancadas, como a D. Cristina, a quem comprei malaguetas, ramos de oregãos, batata doce e folhas de louro -  “Esta banca era da minha mãe, que para aqui caminha há 55 anos. Mas agora está velhinha, tem 84 anos, e pede-me muito para vir aqui! Já venho há 3 anos, mas ela só deixou de vir há um.


Numa esquina do corredor das frutas encontrei um vendedor que anotava as contas dos clientes na parede de azulejo da sua banca! Nunca tinha visto! Com a balança encostada a esta parede, com um marcador (daqueles que usamos nos quadros brancos das escolas) em punho, rapidamente anotava em cada azulejo o preço do ananás, da anona e da manga, e com um sinal de somar e um traço de igualdade fazia as contas à vista de todos. No fim, bastava passar com um pano de feltro para as apagar.


Fiquei fascinada com a variedade (e frescura!) dos peixes! Gosto muito de mercados, tenho visitado bastantes, e são sempre um ponto de paragem nas minhas andanças. Tenho visto cores e cheiros fascinantes, principalmente nos frutos e legumes que encontro nos países mais tropicais, mas em nenhum outro mercado vi uma variedade tão grande de peixe, e a desaparecer tão depressa! Entre o início e o fim de um desenho desapareciam metade dos meus modelos (leia-se peixes), passavam por mim rapazes com sacos cheios de linguados e canastas cheias de robalos, e ouvi das outras bancadas: “Ó senhôrrrra, desênhe aqui o mê pêxe!”



8 possibilidades de fazer desenho





Foi um final de tarde bem passado. Comecei a desenhar com pouca luz, perdi-me nos detalhes e quando dei pelo tempo... era noite. O Workshop Diário Gráfico, continuava dentro de casa. Mais desenhos, mais troca de ideias, tudo passou depressa demais.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Largo do Chafariz


Era aqui mesmo que agora me apetecia estar com um moscatelzinho gelado...enfim...vou dormir....boa noite

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Seixal

Vista da baía do Seixal. Será que já não há os "famosos" cemitérios de navios e barcos?

Pedicure


Vestem-se frequentemente de preto, calçam umas luvas de borracha e enquanto um pé está na hidromassagem, com alicates tiram cutículas, limam as unhas, cortam, etc...



Utilizam uns projectores para verem bem o que estão a fazer! Utilizam acetona para tirar o verniz! Utilizam muitos cremes! Fazem-nos umas massagens deliciosas!



Colocam umas borrachinhas entre os dedos e pintam as unhas!
Fica muito bonito!

Na passada Sexta Feira fui assistir a um recital dado pelo Ensemble Odeon na Capela do Paço Ducal de Vila Viçosa. Os desenhos foram feitos ao som do "Divertimento in Do maggiore" de Mozart: "Allegro" para o primeiro, "Larghetto" para o segundo.

Projecto V , local de acção?

...será que amaha o professor vai dizer que o trabalho vai ser a requlificaçao destes dois espectaculares edificios no campo das cebolas?a ver vamos.....

domingo, 26 de setembro de 2010

últimos dias de Verão


Challenge XXXI

Desafiei o fundador dos urbansketchers a criar um challenge para nós. Não é que o Gabi Campanario aceitou?
Aí está a resposta que ele me enviou por email:

Olá Mário, aqui está mi desafio, con una foto incluida.

Como periodista, yo dibujo para contar historias. Mi desafío para los urban sketchers de Portugal es dibujar y escribir una historia que sea interesante para un público general, no para otros dibujantes o gente que ya le gusta el arte.

Por ejemplo, hacer un dibujo y una entrevista al propietario de una tienda (loja) que acaba de abrir en vuestro barrio, a una conductora de autobuses, a un músico de la calle que tal vez ha dado la vuelta al mundo con su guitarra.... Pensar en temas que sean originales, que muestren y cuenten a vuestros lectores algo que no saben o no han visto nunca. Algo que cuando lo vean y lo lean se queden satisfechos de haber dedicado ese tiempo a vuestro trabajo y les hará volver de nuevo a vuestro blog.

Este desafío sirve para mejorar tu habilidad como artista reportero, no sólo como dibujante. Podéis tomar ideas de mi blog en el Seattle Times:


Espero que os guste la idea!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Challenge XXX-gente na livraria


Fui, de manhã, à FNAC. Costumo ir à biblioteca e notei uma grande diferença na postura das pessoas. Na livraria estão sempre com mochila, saco ou pasta e um pouco stressadas. E na decisão de compra o factor preço é importante.
Um sketcher da Maria Celeste
Alguns prédios à saída de Vila Viçosa.

Gulbenkian


O meu registo é sobre um grupo de pessoas, que liam e conversavam sobre o que liam, no auditório ao ar livre!

Elvas.


Sé de Elvas.

CHALLENGE XXX

Largo da Graça : Lisboa

X ENCONTRO - distribuição de fachadas - 1


Aí está a tão desejosa informação sobre as fachadas atribuídas.
Um lado da rua já está. Agora só falta o outro!

Para quem quer participar neste projecto, não se esqueça que tem de se inscrever por mail.

Até breve!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quase um homem.

Exposição Expedição à Amazónia

Um post em especial para a Sara Simões e para dar conta dessa bela exposição que se encontra patente no Pavilhão do Conhecimento. Falar-vos dela seria muito difícil. Ficam apenas dois registos - o prazer de ter conhecido a Sara Simões e o Mário Bismarck e de ter podido ver (terei, obrigatoriamente, de ir rever) os desenhos, as fotos e os escritos dessa viagem que deve ter sido inesquecível. Uma exposição a não perder.

Poderia ter copiado para aqui um dos muitos desenhos que constam do catálogo - mas esses estão lá para serem observados - por isso esta manhã deixei a imaginação à solta completando uma foto a preto e branco que consta do catálogo.





Pombal, Aldeia Galegã 2007

Foi quase há três anos que fui numa tarde com o meu Pai fazer uns desenhos... bem me lembro.... tava de chuva...frio....fizemos apartir do carro...enfim fica aqui um registo...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

São Mamede



Árvores e plantas do quintal da casa da minha mãe.

Expedição Amazónia Exposição

A nova exposição do Grupo do Risco, resultado da expedição à Amazónia, está pronta a ser visitada a partir de hoje! A inauguração é às 19:00 no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Apareçam!


A exposição poderá ser visitada até 13 de Janeiro de 2011:
- de terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00;
- e ao fim-de-semana, das 11:00 às 19:00.

A exposição tem um catálogo, que pode ser adquirido no local.


O Grupo do Risco foi criado por Pedro Salgado - biólogo, ilustrador científico e professor - com o objectivo de realizar desenhos de campo em espaços naturais para divulgação ambiental. A expedição à Amazónia foi a mais ambiciosa do grupo e contou com 25 participantes, principalmente "riscadores" mais ou menos ligados à ilustração científica, mas também fotógrafos, um historiador, uma jornalista e médicos. A equipa produziu desenho, ilustração, fotografia, video, som e texto e foi todo esse material que deu origem à exposição.
Agora aqui ficam alguns trabalhos meus que podem encontrar na exposição. ;)